Guilherme Wanderley- Uma mente brilhante no MP
Sexta-feira, 24 de março de 2017- Sede do Ministério Público, no térreo o primeiro evento no auditório com uma parte dos funcionários assistindo palestras. No primeiro andar, o segundo evento reunindo um grupo maior com mulheres num lançamento de uma galeria fotográfica. Guilherme Wanderley , um servidor concursado caminhava entre os andares aparentemente como nos dias normais. Subia e descia escadas como se estivesse analisando o espaço, a hora, o momento. Na mente, a fixação de "justiça" , não por si, mas por todos. No terceiro andar estaria seus alvos principais, para ele: os arrogantes e manipuladores que o incentivaram a personificar o desejo de uma "doença" guardada de VINGANÇA . Em suas cartas deixadas , insatisfações administrativas, perseguição, autoritarismo e uma certeza que estaria tomando a melhor atitude: Fazer a justiça com "as próprias mãos".
Um homem aparentemente tranquilo, normal, casado, e profissional. Mas uma mente brilhante capaz de levar o imaginável a uma ação real. Tirar a vida daqueles que desarmou sua conduta escondida . Trechos de sua carta relatam síndrome de perseguição, frieza e inteligência ardilosa e dissimulada. Quem seria este homem pacato, que escondia nos belos olhos e aparência elegante, um plano que iria mudar aquela tenebrosa sexta-feira.
A frase " O inimigo mora o lado", se encaixa para o contexto. Neste caso, o inimigo estaria na sala do gabinete dos Procuradores do Ministério Público. Só precisamos saber quem seriam os inimigos de quem.
Durante o episódio do segundo andar, pude ouvir nos corredores alguns servidores dizendo: " isso é o resultado de como nós somos tratados aqui". Então, entende-se; mais um servidor também pensava como Guilherme. O assédio moral seria mais uma das causas da decisão no atentado para o atirador.
A missão institucional do Ministério Público : " Promover a justiça, servindo a sociedade na defesa de seus direitos fundamentais, fiscalizando o cumprimento da Constituição e das Leis e defendendo a manutenção da democracia." E o que observamos é exatamente a missão exercida pelas próprias mãos do servidor Guilherme Wanderley.
Por pouco, a tragédia não tirou a vida dos Procuradores de Justiça Rinaldo Reis, Jovino Sobrinho e Wendel Bethoven .Certamente uma experiência angustiante para os três.
Uns ainda não entendem o tal procedimento, outros se calam por saber a sagacidade do colega de trabalho.
Espera-se que este cidadão com residência fixa, réu primário e ensino superior tenha seus direitos preservados. Afinal, é a recomendação do MP. A lição é para refletirmos como devemos administrar os conflitos diários, sobre a pressão, insatisfação e descontentamento da perigosa mente.